


Eu sou o botão da sua camisa.
Eu sou uma calça sem zíper.
Eu sou o zíper da sua calça.
Eu sou uma cabeça sem pescoço.
Eu sou o pescoço da sua cabeça.
Eu sou um pé sem sapato.
Eu sou o sapato do seu pé.
Eu sou uma mala sem alça.
Eu sou a alça da sua mala
Eu sou uma xícara sem asa.
Eu sou a asa da sua xícara.
Eu sou um carro sem volante.
Eu sou o volante do seu carro.
Eu sou uns óculos sem lentes.
Eu sou as lentes dos seus óculos.
Eu sou um avião sem asas.
Eu sou as asas do seu avião.
Eu sou uma saia sem elástico
Eu sou o elástico da sua saia.
Eu sou uma floresta sem árvores.
Eu sou as árvores da sua floresta.
Eu sou um livro sem páginas.
Eu sou as páginas do seu livro.
Eu sou um céu sem estrelas.
Eu sou as estrelas do seu céu.
Eu sou um rádio sem som.
Eu sou o som do seu rádio.
Eu sou uma rosa sem pétalas.
Eu sou as pétalas da sua rosa.
Eu sou uma árvore sem frutos.
Eu sou o fruto da sua árvore.
Eu sou um jardim sem flores.
Eu sou as flores do seu jardim.
Eu sou um circo sem espetáculo.
Eu sou o espetáculo do seu circo.
Eu sou uma banda sem músico.
Eu sou o músico da sua banda.
Eu sou um mar sem peixe.
Eu sou o peixe do seu mar.
Eu sou um deserto sem oásis
Eu sou o oásis do seu deserto.
Eu sou uma empada sem azeitona.
Eu sou a azeitona da sua empada.
Eu sou um pão sem manteiga.
Eu sou a manteiga do seu pão.
A dislexia é definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, sendo o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. De origem constitucional é caracterizado pela dificuldade em decodificar palavras simples. (ABD) Essa dificuldade de decodificação mostra uma insuficiência no processo fonológico. A dislexia é uma falha na alfabetização? Ao contrário do que muitos pensam a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. Apesar de instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sociocultural e ausência de distúrbios cognitivos e sensoriais, a criança falha no processo de linguagem: leitura, capacidade de escrever e soletrar. É comum o histórico de problemas de leitura presente nos pais e irmãos. Quais os sintomas mais comuns da dislexia? Na primeira infância •estão em sua maioria relacionados à fala. Pré-escola: •palavras mal pronunciadas; persistência da chamada linguagem de bebê; •dificuldade em aprender e lembrar o nome das letras, até de seu próprio nome; •problemas de aprendizagem de rimas infantis comuns. Fase Escolar •reclamações sobre o quanto é difícil ler; optando por correr e esconder-se quando é chamado a estas atividades; •deficiência em entender que as palavras podem ser divididas em partes; •incapacidade de aprender e associar letras e sons; •discurso não fluente com pausas ou hesitações, presença de muitos “hummm” durante a fala; •uso de linguagem imprecisa, tais como a utilização da palavra “coisa” ou “negócio” em vez da utilização do nome correto do objeto; •confundir palavras que tenham sonoridade semelhante; •dificuldade de dar uma resposta verbal rápida quando é questionado; •dificuldade de lembrar partes isoladas de informação verbal (memória imediata). Quais são os sintomas da dislexia nos adultos? Se não teve um acompanhamento adequado na fase escolar ou pré-escolar, o adulto disléxico ainda apresentará dificuldades; •Continuada dificuldade na leitura e escrita; •Memória imediata prejudicada: problema de lembrar datas, nomes, números de telefones, listas aleatórias; •Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua; •Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia); •Dificuldade com direita e esquerda; •Dificuldade em organização; •Aspectos afetivos emocionais prejudicados, trazendo como conseqüência: depressão, ansiedade, baixa auto estima e algumas vezes o ingresso para as drogas e o álcool. Como fazer o diagnóstico? Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, com resultados mais concretos. É importante observar que os itens a cima nos trazem somente indícios para um possível quadro de dislexia.
Recentemente, li o livro “Entendendo a dislexia: um novo e completo programa para todos os níveis de problemas de leitura”, de Sally Shaywitz e publicado pela ArtMed. O livro, nos primeiros capítulos, expõe uma explicação das Neurociências sobre o que ocorre com o cérebro de uma pessoa normal no processo de leitura e que tipo de prejuízo sofre o disléxico. Além disso, destaca já no início o aspecto hereditário da dislexia, que deve ser investigado através de uma anamnese bem apurada com a família. A grande preocupação da autora é com o diagnóstico ainda na pré-escola, usando basicamente duas estratégias: o monitoramento intensivo durante a alfabetização e a aplicação de testes padronizados de leitura. A importância do diagnóstico precoce se deve ao fato da dislexia ser persistente, sem qualquer chance de recuperação espontânea. Segundo a autora, não se deve esperar quando a criança não apresenta evolução no reconhecimento das letras e dos seus sons. Diante da constatação da condição de risco, deve-se recorrer a um dos programas de caráter científico para disléxicos. A inserção nos programas de leitura sempre é capaz de resultar em bons leitores, mas quanto mais rápido for o diagnóstico, em menos tempo o disléxico será reintegrado aos seus pares e se tornará um leitor confiante. As descrições encontradas no livro sobre esses programas com as indicações dos seus respectivos sites na internet são referências de grande interesse para os profissionais da área. A autora se refere constantemente às técnicas comportamentais para incrementar o repertório de palavras conhecidas pelo disléxico. Há inclusive orientações aos pais de como criar uma rotina de leitura com os filhos portadores de dislexia na expectativa de proporcionar fluência à leitura dessas crianças. O recurso do áudio e do computador no ambiente escolar também são convenientes para tornar o vocabulário do texto familiar ao aluno. De acordo com Shaywitz, o uso de laptop em sala de aula e o tempo adicional para realização de provas em sala separada são as acomodações mais freqüentes para colocar o disléxico numa condição digna de avaliação. De um modo geral, os programas de leitura trabalham com grupos reduzidos de até quatro crianças, de duas a três vezes por semana e pelo período de aproximadamente duas horas a cada estudo.
Toda criança tem um mundo de sonhos. Por que não transformá-los em livros de verdade? Sou professora! Inscrevi meus alunos do 5° ano no Proj...